por Gustavo
No final do ano passado, ouvi falar desse filme, mas naquele momento, apesar das minhas buscas (que duraram dias) em sites de torrents, não consegui achar o filme. Cheguei até a baixar Wall-E (filmaço!) nomeado erroneamente como Moon nessa tentativa infrutífera.Moon é um filme de ficção científica muito bem feito que se passa em um futuro distante (não existe localização temporal, o que permite afirmar que se passa em um momento que não faz parte do nosso passado) em que a Humanidade passa a ocupar a Lua para obter a maior parte da energia que precisa (energia solar hélio 3, depositada na superfície lunar, encapsulada e enviada para a Terra). A partir dessa energia, a humanidade resolveu os problemas de crescimento sustentável, aquecimento global, etc. Em seu funcionamento, a empresa responsável mantém um funcionário trabalhando lá, coletando as cápsulas e encaminhando-as à Terra, além de fazer reparos necessários. Fazendo-lhe companhia, um robô chamado GERTY (dublado em inglês por Kevin Spacey) que circula pela base junto de Sam, ajudando-o no que for preciso (até mesmo cortando seu cabelo). Sam (interpretado pelo ator Sam Rockwell) começa a alucinar, vendo outras pessoas junto a ele na base e, qualquer coisa além disso, seria um spoiler desagradável.
Pensando no filme, me veio à cabeça um artigo que li (não lembro aonde, infelizmente) que afirmava que os portugueses e espanhóis tiveram mais dificuldades em colonizar o Novo Mundo do que nós teríamos em colonizar a Lua ou, especialmente, Marte. Por que, então, até agora não fomos pra lá?
A primeira resposta é, na verdade, outra pergunta: é necessário irmos até lá? A vida na Terra ainda é viável para nós e a economia não depende de objetos alienígenas. A segunda resposta é, talvez, mais polêmica: financeiramente, existe forma de ganhar dinheiro com lugares extraterrenos? Oras, a vinda dos europeus às Américas, sendo mais difícil, se justificou ao longo dos tempos. Os portugueses, por exemplo, precisavam manter controle sobre a rota marítima às Índias e, posteriormente, precisavam encontrar um substituto econômico para as especiarias, cujo lucro estava em decadência pela competitividade de rotas terrestres tradicionais. O lucro obtido com esses itens fazia valer a pena invadir um continente e tentar montar colônias ali, mesmo sabendo que lá existiam povos habitando e que eles iriam impor resistências.
Existem planos e projetos de colônias auto-sustentáveis: ao invés de mandar ar, alimentos, roupas e outros objetos da Terra para outros planetas, os astronautas em trabalho de campo teriam que se virar com o que tivessem à mão. Outros autores, como Dennis Wingo, acreditam que a exploração econômica de outros corpos ajudariam a resolver os problemas de pobreza e esgotamento de recursos na Terra (um pouco de veneno: a ida ao espaço seria consequência da manutenção de um modo de vida irresponsável e gerador de lixo).
Há quem diga que ir para a Lua e colonizá-la valeria a pena se utilizássemos nosso satélite como ponto de lançamento para outros lugares do espaço (a menor gravidade e ausência de uma atmosfera como a nossa tornaria viável economicamente a exploração do sistema solar); é uma pena que a ciência per si não seja motivo suficiente para ir ao espaço, como, aliás, Moon revela.
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