sábado, 20 de fevereiro de 2010

Lunar (Moon)

por Gustavo
No final do ano passado, ouvi falar desse filme, mas naquele momento, apesar das minhas buscas (que duraram dias) em sites de torrents, não consegui achar o filme. Cheguei até a baixar Wall-E (filmaço!) nomeado erroneamente como Moon nessa tentativa infrutífera.

Moon é um filme de ficção científica muito bem feito que se passa em um futuro distante (não existe localização temporal, o que permite afirmar que se passa em um momento que não faz parte do nosso passado) em que a Humanidade passa a ocupar a Lua para obter a maior parte da energia que precisa (energia solar hélio 3, depositada na superfície lunar, encapsulada e enviada para a Terra). A partir dessa energia, a humanidade resolveu os problemas de crescimento sustentável, aquecimento global, etc. Em seu funcionamento, a empresa responsável mantém um funcionário trabalhando lá, coletando as cápsulas e encaminhando-as à Terra, além de fazer reparos necessários. Fazendo-lhe companhia, um robô chamado GERTY (dublado em inglês por Kevin Spacey) que circula pela base junto de Sam, ajudando-o no que for preciso (até mesmo cortando seu cabelo). Sam (interpretado pelo ator Sam Rockwell) começa a alucinar, vendo outras pessoas junto a ele na base e, qualquer coisa além disso, seria um spoiler desagradável.

Pensando no filme, me veio à cabeça um artigo que li (não lembro aonde, infelizmente) que afirmava que os portugueses e espanhóis tiveram mais dificuldades em colonizar o Novo Mundo do que nós teríamos em colonizar a Lua ou, especialmente, Marte. Por que, então, até agora não fomos pra lá?

A primeira resposta é, na verdade, outra pergunta: é necessário irmos até lá? A vida na Terra ainda é viável para nós e a economia não depende de objetos alienígenas. A segunda resposta é, talvez, mais polêmica: financeiramente, existe forma de ganhar dinheiro com lugares extraterrenos? Oras, a vinda dos europeus às Américas, sendo mais difícil, se justificou ao longo dos tempos. Os portugueses, por exemplo, precisavam manter controle sobre a rota marítima às Índias e, posteriormente, precisavam encontrar um substituto econômico para as especiarias, cujo lucro estava em decadência pela competitividade de rotas terrestres tradicionais. O lucro obtido com esses itens fazia valer a pena invadir um continente e tentar montar colônias ali, mesmo sabendo que lá existiam povos habitando e que eles iriam impor resistências.

Existem planos e projetos de colônias auto-sustentáveis: ao invés de mandar ar, alimentos, roupas e outros objetos da Terra para outros planetas, os astronautas em trabalho de campo teriam que se virar com o que tivessem à mão. Outros autores, como Dennis Wingo, acreditam que a exploração econômica de outros corpos ajudariam a resolver os problemas de pobreza e esgotamento de recursos na Terra (um pouco de veneno: a ida ao espaço seria consequência da manutenção de um modo de vida irresponsável e gerador de lixo).

Há quem diga que ir para a Lua e colonizá-la valeria a pena se utilizássemos nosso satélite como ponto de lançamento para outros lugares do espaço (a menor gravidade e ausência de uma atmosfera como a nossa tornaria viável economicamente a exploração do sistema solar); é uma pena que a ciência per si não seja motivo suficiente para ir ao espaço, como, aliás, Moon revela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário