Essa tabela, vez por outra, aparece em redes sociais.
Afinal, o que está por trás dos números? Já dizia o gaiato, a estatística serve para contar mentiras.
E qual mentira esses números poderiam contar? A natureza deles.
Explico: esses números são resultados de planejamentos federais que
tiveram impactos muito grandes no Brasil. Getúlio Vargas, por exemplo,
ao abolir os impostos interestaduais, fortaleceu a indústria paulista,
que era mais moderna pelo acúmulo de capitais oriundos do café e pelo
uso de uma mão-de-obra qualificada (imigrantes italianos que já tinham
experiência em indústrias).
Resumindo: o Brasil tinha pólos
industriais espalhados pelo país e que sobreviviam graças ao
protecionismo que GV derrubou. Como resultado, a indústria paulista se
sobressaiu às outras, que entraram em falência. O nordeste (e norte)
brasileiro foi, portanto, planejado para ser um pólo de pobreza, já que o
sudeste foi planejado para ser um de riqueza.
Tentativas de
crescimento falharam. Das várias que ilustram nosso passado, a Sudene é o
exemplo mais interessante, já que ele acabou virando um balcão de
negociação entre governo e a elite privilegiada do Nordeste. O dinheiro
da Sudene que, no papel, deveria chegar aos pequenos produtores, acabou
nas mãos dos latifundiários, historicamente beneficiados. Inevitável lembrar da relação política entre a elite agrária e seus representantes políticos com o governo federal.
Essa tabela indica que a pobreza de outros
estados é resultado de um processo que fez com que estados fossem saqueados ou prejudicados pelo governo
federal (em função do
sudeste-maravilha) ao mesmo tempo em que elites locais se beneficiaram de tal processo - família Sarney que o diga.
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Uma outra discussão interessante é a análise sobre a indústria paulista. Será que ainda são essa locomotiva? Com qual indústria SP se assemelha mais: com a chinesa, com a europeia, com a americana.. ou com as maquilladoras mexicanas?
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