quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pastor Geraldo e a entrevista invisível

Nos anos 70, Raul Seixas lançou uma música, Pastor João e a igreja invisível. Ironizando o discurso de alguns pastores evangélicos, a música é irreverente. Sempre falando dos outros, nunca de si mesmo, a música serve para analisar como certos grupos religiosos foram interpretados décadas atrás.

Geraldo Alckmin não é pastor (não é tão animado quanto um), mas eu tenho certeza que certos telespectadores comemoraram quando ele apareceu na TV, desqualificando os grevistas (chamou-os de criminosos, irresponsáveis e movidos por interesses eleitoreiros). Não levou em consideração, em nenhum momento, as reivindicações dos grevistas.


O que chama a atenção é a cara-de-pau do governo o comportamento do governo, que em nenhum momento se dispôs a pensar na população, afinal, os grevistas afirmaram que se as catracas fossem liberadas, voltariam a trabalhar no ato. Contestaram, inclusive, a entrada de ônibus gratuitos - por que não liberar as catracas, mas liberar o passe de ônibus?

Ficam as perguntas:
1. Por que as emissoras de TV não divulgaram o lado dos grevistas?
2. Para o governo paulista, o que saiu mais barato: o trânsito em SP, o prejuízo coletivizado ou a liberação das catracas?
3. Valeu a pena ter prejudicado milhões de paulistanos só para desqualificar o movimento sindical?

Segue a entrevista dada à CBN (o trecho da catraca está disponível a partir de 2:55).
http://cbn.globoradio.globo.com/cbn-sp/2012/05/23/PODEMOS-VOLTAR-AO-TRABALHO-A-QUALQUER-INSTANTE-SE-FOREM-LIBERADAS-AS-CATRACAS-DURANTE-A.htm

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