segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Sobre Dória, duas ideias

Duas postagens minhas no Facebook sobre as ações do Dória:

João Dória esteve em cadeiras de rodas para saber se as calçadas eram acessíveis (seu assessor esteve por trás o tempo todo, para garantir a segurança do chefinho).
João Dória apaga grafittis como se fossem pichações, deixando a cidade sem cor, sem vida. Até as salas de aula da Fundação Casa tinham duas cores, mas SP só tem uma, a cinza.
João Dória se veste de gari no primeiro dia de trabalho, o que não garante que irá melhorar as condições de trabalho de tais profissionais.
João Dória, mais que isso, se veste como a triste caricatura que a elite e a direita paulistana viam no Haddad, pois acha que está fazendo igual ou melhor que o antecessor.
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Ainda sobre o debate em relação ao Dória e seus 50 tons de cinza:
- ainda não consegui confirmar, mas parece que o Dória apagou o maior painel de arte urbana do mundo, feito com artistas de vários países e que não foi feito de graça;

- um painel d'Os Gêmeos pode custar 400 mil dólares, por exemplo, e estou usando esse dado somente para embasar a ideia de que houve investimento para que os grafitti's estivessem lá, trazendo cor para as ruas. Pintar de cinza não é apenas uma questão de gosto, é um dano ao patrimônio cultural da cidade;
- a arte urbana pode revitalizar uma região e servir como ponto turístico. O primeiro a me ensinar isso foi o prefeito de Montevidéu, Mariano Arana, que no início da década passada me recebeu para uma entrevista (cujo foco central era o Mercosul e as Mercocidades) e acabou falando sobre suas obras de revitalização urbana. Ele queria achar mecanismos de segurança passiva, ou seja, investir em coisas que fariam com que muitas pessoas estivessem na rua, afinal, lugares vazios geram insegurança;
- há muita polêmica sobre as pichações, pois há quem aponte que elas poderiam desaparecer, visto o fato de serem rasas do ponto de vista estético, e eu respeito quem opina assim. Só queria lembrar que ao permitir que os grafittis fossem feitos em certos pontos de SP, a prefeitura economizou milhares de reais, já que deixou de gastar com a limpeza de tais patrimônios públicos;
- Dória cobriu de cinzas obras que muitos consideram de arte e criou um problema, visto que tais espaços certamente aparecerão pichados. Como consequência disso, vislumbra-se um aumento nos custos mensais de manutenção do espaço urbano;
- uma foto mostra o Dória pintando de cinza um ponto de ônibus que tinha a cor vermelha. Parece que a preocupação não é instalar uma concepção de cidade, mas apenas higienizar qualquer coisa associada ao PT do Haddad.

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