segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Entrou agora na faculdade? Algumas dicas..

Logo que eu entrei na USP, em 2002, fiquei admirado com uma série de coisas: por exemplo, o tamanho da universidade, o quanto as pessoas respeitam quem entra lá, o quanto essa universidade produz, o acervo das bibliotecas (ah, que saudades da biblioteca exclusiva da Geografia!..), a quantidade de alunos que entram em saem anualmente. Não à toa é chamada de Cidade Universitária!

Vem uma pergunta: como garantir que a adaptação entre Ensino Médio e Ensino Superior seja a mais rápida possível? Afinal, a dinâmica de estudos muda radicalmente. Em um, o aluno é obrigado a ter uma frequência mínima (sob risco de ser reprovado); no outro, conheço casos de professores que somente exigiam que o aluno fizesse os trabalhos e as provas ("se o aluno consegue ter nota satisfatória estudando em casa, tudo bem").


Bem, esta postagem visa ajudar aqueles alunos a se adaptarem às novas realidades. Por exemplo, como conhecer os docentes? No caso da USP, existe um site que mostra, dos últimos anos até os dias atuais, todas as teses e dissertações que os professores da instituição orientaram. Dá para ter uma ideia da linha de trabalho dos docentes que estarão ministrando aula neste semestre (e nos próximos), bem como já começar a amadurecer uma iniciação científica. Muito importante, é possível ter uma ideia da metodologia de pesquisa do professor (não confunda isso com a forma com a qual ele dá aula - transparências, datashow e lousas não interessam neste instante). Pode parecer bizarro, mas é comum uma série de gafes aqui, já que nem sempre o graduando leva em consideração a linha de pesquisa daquele que é seu docente ou candidato a orientador.

Se ficar difícil captar a essência da metodologia dos seus professores, seria interessante analisar as dissertações e teses deles. Pode haver uma dificuldade no acesso à informação, já que o graduando não necessariamente tem um domínio de conceitos que possibilitem entender uma tese de doutorado, por exemplo. Contudo, uma análise quanto à metodologia ajuda a entender o que o professor espera dos alunos (e isso pode ajudar a vida daqueles que estão nas áreas exatas e biológicas).

Alguém pode perguntar como ver as teses dos professores, assim como perguntar o que têm pesquisado.
Não tem mistério, tio Google está aí. Basta digitar o nome do seu professor e procurar por seu Currículo Lattes. Isso ajuda inclusive a evitar falar besteira. Oportunamente, uma amiga lembrou de quando uma professora da USP, Maria Laura Silveira, foi questionada rispidamente por um graduando de meros 19 anos quanto à leitura que ela estava fazendo da obra. Ela, professora que acompanhou Milton Santos nos anos finais de sua vida acadêmica, não teria argumentos para discutir a teoria miltonniana com o aluno, já que ele.. tinha lido o texto do autor que ela própria indicou! A resposta dela, apesar de parecer ao caro leitor um pouco arrogante, foi sensacional: "desculpe, quem é você, mesmo? O que você publicou junto ao Milton Santos?"

Por fim, mas não menos importante, procure saber se sua faculdade tem uma revista especializada. A Geografia da USP, por exemplo, tem. Nessas revistas é possível ver o que seu departamento tem pesquisado (com sorte, é possível encontrar o que os professores de seu semestre estão fazendo ou, com mais sorte ainda, já ter uma ideia de iniciação científica, que vale bolsa de estudos e, bem, dinheiro nunca é demais).

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