terça-feira, 13 de abril de 2010

Chuvas nos anos 60

por Gustavo
































































Acima, algumas fotos tiradas em tempestades dos anos 60 em São Paulo.
Interessante notarmos que já naquela época havia a formação de enchentes e, para variar, o paulistano perdia muito de seu tempo só esperando a água baixar..

Abaixo, algumas canções (quase tenho certeza absoluta de que são do Adoniran Barbosa) sobre as chuvas.

Abrigo de Vagabundos

Adoniram Barbosa


Eu, arranjei o meu dinheiro,
Trabalhando o ano inteiro,
Numa cerâmica,
Fabricando pote,
E lá no alto da Moóca,
Eu comprei um lindo lote,
Dez de frente, dez de fundos,
Construí minha maloca,
Me disseram que sem planta, não se pode construir,
Mas quem trabalha, tudo pode conseguir,
João Saracura,
Que é Fiscal da Prefeitura,
Foi um grande amigo,
Arranjou todo pra mim !

Por onde andará ?
O Jóca e Mato Grosso,
Aqueles dois amigos,
Que não quis me acompanhar,
Andarão jogados,
Na Av. São João ?
Ou vendo o sol quadrado,
Na detenção ?

Minha maloca,
A mais linda que eu já vi !
Hoje está legalizada,
Ninguém pode demolir !

Minha maloca,
A mais linda desse mundo,
Ofereço aos vagabundos,
Que não tem onde dormir !!!

Por onde andará ?
O Jóca e Mato Grosso,
Aqueles dois amigos,
Que não quis me acompanhar,
Andarão jogados,
Na Av. São João ?
Ou vendo o sol quadrado,
Na detenção ?

Minha maloca,
A mais linda que eu já vi !
Hoje está legalizada,
Ninguém pode demolir !

Minha maloca,
A mais linda desse mundo,
Ofereço aos vagabundos,
Que não tem onde dormir !


mais uma...


Despejo Na Favela
(ADONIRAN BARBOSA)
Quando o oficial de justiça chegou
La na favela
E contra seu desejo / entregou pra seu Narciso um aviso pra uma ordem de despejo
Assinada seu doutor , assim dizia a petição "dentro de dez dias quero a favela vazia /e os
barracos todos no chão"
É uma ordem superior ,
Ôôôôôôôô Ô meu senhor, é uma ordem superior
Não tem nada não seu doutor, não tem nada não
Amanhã mesmo vou deixar meu barracão
Não tem nada não seu doutor, vou sair daqui pra não ouvir o ronco do trator
Pra mim não tem problema em qualquer canto me arrumo de qualquer jeito me ajeito
Depois, o que eu tenho é tão pouco, minha mudança é tão pequena que cabe no bolso de trás
Mas essa gente ai hein como é que faz????
ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ meu senhor mas essa gente aí hein como é que faz????


e a última...


Agüenta a Mão, João
Adoniran Barbosa
Composição: Adoniran Barbosa / Hervé Clodovil


Não reclama
Contra o temporal
Que derrubou teu barracão
Não reclama
Guenta a mão joão
Com o Cibide
Aconteceu coisa pior
Não reclama
Pois a chuva
Só levou a tua cama
Não reclama
Guenta a mão joão
Que amanhã tu levanta
Um barracão muito melhor

C'o Cibide coitado
Não te contei?
Tinha muita coisa
A mais no barracão
A enchurrada levou seus
Tamanco e o lampião
E um par de meia que era
De muita estimação
O Cibide tá que tá dando
Dó na gente
Anda por aí
Com uma mão atrás
E outra na frente


OBS: Adoniran morreu em 1982

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