quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pastor Geraldo e a entrevista invisível

Nos anos 70, Raul Seixas lançou uma música, Pastor João e a igreja invisível. Ironizando o discurso de alguns pastores evangélicos, a música é irreverente. Sempre falando dos outros, nunca de si mesmo, a música serve para analisar como certos grupos religiosos foram interpretados décadas atrás.

Geraldo Alckmin não é pastor (não é tão animado quanto um), mas eu tenho certeza que certos telespectadores comemoraram quando ele apareceu na TV, desqualificando os grevistas (chamou-os de criminosos, irresponsáveis e movidos por interesses eleitoreiros). Não levou em consideração, em nenhum momento, as reivindicações dos grevistas.

domingo, 20 de maio de 2012

Veto à degradação ambiental

(Estado de S.Paulo
15 de maio de 2012, pág. 2
Espaço Aberto)

por Márcio Fernando Elias Rosa

Decorre da Constituição de 1988 a certeza de que a ordem econômica é fundada, de um lado, na livre-iniciativa - típica do modelo capitalista de produção -, mas, de outro, em princípios e valores claramente socializadores, como a valorização do trabalho humano, a função social da propriedade, a redução das desigualdades regionais e sociais, a busca do pleno emprego e a defesa do meio ambiente, tudo para assegurar a todos existência digna. É o que decorre claro do artigo 170 da Constituição republicana de 1988.


Em meio a isso se debate o Código Florestal agora aprovado pela Câmara dos Deputados, do qual resultará a previsível degradação ambiental em larga escala e a óbvia superação da tutela ambiental pela prevalência inconstitucional dos princípios da livre-iniciativa, dando prioridade ao chamado agronegócio. Todo o processo legislativo foi permeado pelo enfrentamento desses interesses, não necessariamente antagônicos, e prevaleceram tristemente os interesses econômicos.

domingo, 6 de maio de 2012

Aquecimento global e o professor da USP


Esta semana, o Professor Doutor de Climatologia da USP, Ricardo Augusto Felício, foi ao Programa do Jô Soares para falar sobre o Aquecimento Global, que é um tema muito polêmico. Há um pensamento dominante que diz que o homem tem participação no aumento das temperaturas do planeta, sendo que há discordâncias apenas com relação ao modo como isso aconteceu (briga entre os que falam que é culpa exclusiva das indústrias-desmatamento-CO2 e aqueles que apontam que apenas aceleramos o aquecimento, originalmente natural).

Segue a entrevista.



Preconceito regional-econômico



Essa tabela, vez por outra, aparece em redes sociais.
Afinal, o que está por trás dos números? Já dizia o gaiato, a estatística serve para contar mentiras.

E qual mentira esses números poderiam contar? A natureza deles. Explico: esses números são resultados de planejamentos federais que tiveram impactos muito grandes no Brasil. Getúlio Vargas, por exemplo, ao abolir os impostos interestaduais, fortaleceu a indústria paulista, que era mais moderna pelo acúmulo de capitais oriundos do café e pelo uso de uma mão-de-obra qualificada (imigrantes italianos que já tinham experiência em indústrias).